terça-feira, 4 de janeiro de 2011

UM ANO VERDADEIRAMENTE NOVO!



"E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras. Disse-me ainda: Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. Eu, a quem tem sede, darei de graça da fonte da água da vida. O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho" (Ap, 1;5).


    Novo Ano, vida nova, ou velhos hábitos ano afora? Muitos encaram a passagem de ano como uma oportunidade de mudar de vida, uma chance de recomeçar, como se o ritual por si só, fosse capaz de promover mudanças substanciais como em passe de mágica. Numa concepção antropológica, a passagem de ano pode ser encarada como um "rito de passagem" à guisa de um batizado romano,ou o Bar-Mitzvah do garoto judeu de 13 anos, ainda, o aniversário da menina-moça de quinze anos. Ora, o significado varia dependendo das diferenças culturais, das sub-culturas regionais, dos grupos sociais, etc. No entanto, sem desmerecer a importância dos ritos para a conservação da memória e da identidade, seria necessário o entendimento de que um ano, só poderá ser realmente novo se corrigirmos as velhas práticas errôneas dos anos "idos e vividos", como já dizia o imortal Machado de Assis.

    Outro gigante, Carlos Drumond de Andrade, uma vez disse que “é dentro de você que o ano novo cochila e espera desde sempre”, dessa forma, um ano pode se tornar novo quando encaramos com seriedade nossas responsabilidades enquanto servos de Deus, cidadãos, pais, mães, filhos (as), etc. Claro, que em certa medida o ano se torna novo quando trabalhamos para que isso aconteça. Isso se dá ao sairmos de nossa zona de conforto e enfrentamos os desafios oriundos dessa ação. Passagem de ano é tempo de projetar, estabelecer metas, planejar a vida, como se as páginas velhas e desgostosas de nossa história se apagassem e um novo campo em branco se auto-organiza no escopo de instituir nova literatura de vida. Mais o que fazer com os projetos? Antes disso, o que devo planejar? Certamente, a maioria dos planos de final de ano por mais legítimos que sejam, são postulados do imediatismo do individualismo-materialista, desprovidos da alma cristã. Daí, o desprendimento do ritual onde as metas cujos resultados são de curta duração devem ser preteridos (e não abandonados) pelo projeto de uma vida inteira, como no antigo provérbio chinês onde, “se sua visão for para um ano, plante trigo. Se for para dez, plante árvores. Mais se sua visão for para uma vida inteira plante pessoas”. E Deus? Bom, ele é o Senhor das coisas novas e certamente fará cumprir as promessas referidas na epígrafe  desse texto.


Ev: Fábio de Sousa Neto

Um comentário:

  1. o ano novo tem virado um rito, tem se tornado rotina na vida de todos, ou se passa na igreja, porque para os cristãos virou uma rotina ou se passa na farra pra quem não é cristão, ou quem sabe na praça cívica, pra muitos já não se tem nenhum significado, mas pra mim é um novo recomeço, cada dia tem que ser um novo recomeço.

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